Wolney Queiroz, da Previdência, vai ao Senado e menciona brechas na legislação que dificultaram a fiscalização no INSS
15/05/2025
(Foto: Reprodução) A investigação da PF e da CGU trouxe indícios de que a fraude começou no governo Bolsonaro, mas os descontos nos benefícios do INSS atingiram cifras bilionárias em 2023, já no primeiro ano do governo Lula. Ministro da Previdência vai ao Senado e defende CPI do INSS
O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, foi ao Senado nesta quinta-feira (15) e mencionou brechas na legislação que dificultaram a fiscalização no INSS.
Durante toda a sessão, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, repetidamente disse que os desvios criminosos nos benefícios do INSS começaram em 2019 e mencionou a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro.
“É exatamente neste momento, nesse interregno entre 2019 e 2022, que o ladrão entra na casa. Porque o fim da revalidação e a expectativa anterior de que houvesse a revalidação fizeram com que cerca de 11 empresas se credenciassem, empresas novas, associações novas se credenciassem no INSS. Dessas empresas, que mais tarde descobrimos, agora, durante a operação, que eram 100% fraudulentas, a maior parte delas se estabeleceu nesse período”, disse o ministro da Previdência Wolney Queiroz.
INSS: vítimas de fraude podem contestar descontos a partir desta quarta-feira; veja como fazer
A investigação da Polícia Federal e da CGU - Controladoria-Geral da União trouxe indícios de que a fraude começou no governo Bolsonaro, mas os descontos nos benefícios do INSS atingiram cifras bilionárias em 2023, já no primeiro ano do governo Lula.
Senadores cobraram do ministro Wolney Queiroz o fato de ele ter participado de reuniões em que o governo foi alertado sobre o aumento dos descontos não autorizados. A própria CGU tinha levantado a suspeita de irregularidades. O ministério levou um ano para tomar providências – e Wolney era o número dois da pasta, então comandada por Carlos Lupi.
O ministro alegou que o governo só descobriu o tamanho da fraude em abril:
“O tamanho, a magnitude do que aconteceu só foi revelado depois da operação da AGU, agora em abril de 2025, da CGU, em 2025. Antes disso, o que todos nós sabíamos era o que tinha na imprensa, eventualmente ali alguma menção aos descontos, e havia uma investigação por parte da CGU, e essa investigação durou praticamente dois anos”.
Ao longo da sessão, senadores e o próprio ministro citaram a edição de quarta-feira (14) do Jornal Nacional diversas vezes. Uma reportagem mostrou que, em 2020, um funcionário do INSS denunciou irregularidades nos descontos associativos e afirmou ter recebido ameaças de morte.
O senador Rogério Marinho, do PL, defendeu a abertura de uma CPI sobre a fraude e cobrou do governo a mesma postura:
“Eu posso falar aqui de aparelhamento de Polícia Federal, posso falar aqui de aparelhamento de AGU, eu não estou entrando nesse mérito. Estou dizendo que há uma investigação seletiva, eu estou afirmando, porque das três empresas que eu falei, das três associações, uma é do irmão do Lula; outra é a Contag, que tem raízes históricas à esquerda; e a outra foi a Conafer, que saiu ontem no Jornal Nacional. Vocês não vão investigar por quê? Nós não temos medo da investigação. Eu queria que V. Exa. nos ajudasse e pedisse para o INSS investigar também, porque ontem ficou público e notório, saiu no Jornal Nacional. Então, vamos lá, vamos para diante".
"Nenhuma associação dessas, acredito que são 41 no total, nenhuma delas vai ficar livre dessa investigação. Eu também, pessoalmente, sou a favor da CPMI, porque acho que a sociedade merece essa resposta por parte do Parlamento”, afirmou Wolney Queiroz.
Até agora, em dois dias, 1 milhão de aposentados e pensionistas disseram no "Meu INSS" que não autorizaram os descontos de associações e sindicatos e benefícios. Isso representa 90% de todas as respostas. O INSS afirmou que o sistema vai ficar aberto sem prazo definido para que os beneficiários possam entrar no aplicativo e analisar os descontos.
A Advocacia-Geral da União declarou que, como instituição de Estado, não pode se afastar da legislação; que não se envolverá no que chamou de controvérsia política proposta pelo senador Rogério Marinho; e que tem adotado medidas técnicas para defender o patrimônio público e garantir o ressarcimento às vítimas dos descontos ilegais.
O Jornal Nacional não obteve retorno da Contag e da Polícia Federal e não conseguiu contato com José Ferreira da Silva. No dia da operação da Polícia Federal, a Sindinapi, associação que ele dirige, declarou que apoia as investigações e que os esclarecimento dos fatos servirão para fortalecer instituições que buscam apoiar direitos dos aposentados.
Wolney Queiroz, da Previdência, vai ao Senado e menciona brechas na legislação que dificultaram a fiscalização no INSS
Reprodução/TV Globo
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